O NX Zero esteve na Rádio Disney na última terça-feira, dia 25, onde foi fazer uma apresentação durante as comemorações do Dia do Rádio. O pessoal portal IG fez uma entrevista com o Di Ferrero, onde ele fala sobre o trabalho novo, ‘Em Comum’, fãs e uma possível segunda edição do ‘Projeto Paralelo’.
O que o “Em Comum” traz de novidade para o som do NX Zero?Para nós, é uma grande mudança, no bom sentido. Claro, a nossa essência sempre vai ser rock’n roll, acho que todo mundo já entendeu o nosso som. Mas nesse disco a gente pode colocar mais as nossas influências para fora.
Que influências são essas?Tem o rock brasileiro dos anos 1980 e 1990, que nós todos ouvimos. Ultraje [a Rigor] , Legião [Urbana] , Barão [Vermelho] , RPM , é uma escola para todo mundo. Acho até que fica feio ser um artista brasileiro hoje e não ouvir isso. Fora do rock, tem coisas com mais groove, tem Chico Buarque, Cartola, Zeca Pagodinho . São paradas diferentes que não têm a ver com o nosso som, mas fazem sentido quando fica tudo junto.
O disco novo parece mais maduro que os anteriores. Os fãs aceitaram bem esse novo material?A reação da galera foi bem legal, a gente não esperava mesmo. É bacana porque a gente cresceu bastante nos últimos anos, e o nosso público cresceu junto conosco. É um público que pedia dinheiro pro pai para ir aos nossos shows quando a gente começou a tocar no rádio, e hoje é uma galera que vai com o próprio carro e compra o ingresso com o salário que ganha. Nós mesmos, já estamos noivos, tem até alguns casados… isso tudo se reflete na sonoridade do “Em Comum”. Estamos super felizes que está dando um resultado legal, muita gente mais velha também está dando uma oportunidade ao nosso som.
Apesar disso, vocês também fazem muito sucesso com um público bem jovem, de 12, 13 anos. Qual é o segredo dessa longevidade do NX Zero? Isso é legal porque tem muita gente que era muito nova quando a gente começou. Meninos de 8, 9 anos, que mal podiam sair de casa sem os pais, e acho que agora eles cresceram. O NX Zero é muito familiar para eles, como eu tive isso com O Rappa . Eu lembro que ainda estava na escola quando ouvia O Rappa , mas depois eu cresci e fui no show. Acho que com esse pessoal é a mesma coisa: hoje, eles cresceram e podem ir nos ver por aí.
Por que vocês escolheram “Maré” como primeiro single do disco? É uma música que fala de coisas diferentes do que a gente costuma falar. “Maré” é o tipo de música que costumava não ser single de rádio no nosso trabalho, mas resolvemos apostar nela agora. Fala sobre a frustração de você não conseguir ser aquilo que você sonha, mas não deixar a maré te levar pela vida. Escolhemos essa música para mostrar o novo lado do NX Zero, com novos timbres, novos temas. Acho que está dando certo até agora.
Como é lidar com o assédio das fãs?Hoje é mais tranquilo. Antigamente, nós ficávamos muito perdidos, e é algo com que você nunca vai se acostumar. É algo meio louco ter alguém querendo conversar muito com você, chorando, berrando, mas é gostoso também. Hoje a gente faz as coisas mais na calma: “Quer tirar uma foto? quer conversar alguma coisa? Vem cá, a gente conversa”.
Na última semana aconteceu o VMB, e foi uma das primeiras vezes em muitos anos que vocês estiveram ausentes da premiação. O que vocês acharam da premiação de 2012? Gostei muito do show dos Racionais MC’s . Foi sensacional vê-los de volta depois de tanto tempo, assim como o Planet Hemp . Da premiação eu não sei nem o que te falar, não sei o que ficou no júri, no popular, achei que ficou meio bagunçado tudo ali. Mas só queria dizer que acho uma falta de respeito quando um artista acaba de ganhar um prêmio e é vaiado. Acho que ficou chato para a emissora quando o Restart foi vaiado de novo esse ano.
No último disco de vocês antes do “Em Comum”, vocês gravaram parcerias com uma série de rappers brasileiros, e três anos depois, o rap está bombando por todos os lados. Vocês se sentem responsáveis por parte desse sucesso, de alguma maneira? Acho que não. O Emicida , o Projota , toda essa galera está aí há bastante tempo, acho que foi uma feliz coincidência termos gravado com eles. Foi uma troca muito bacana para nós. É algo que está muito forte aqui em São Paulo, nos outros lugares está crescendo um pouco ainda, mas não dá pra chamar de rap novo. Os caras batalham há anos, e vale a pena ouvir. O “Projeto Paralelo” foi algo que deu tão certo que é possível que a gente até grave uma segunda edição daqui a algum tempo.
Nessa semana foi comemorado o Dia do Rádio. Esse meio de divulgação ainda é importante para vocês? Rádio é algo essencial na vida de um artista. Muita gente acha que a internet tomou o lugar do rádio, mas o rádio ainda vai ser por um bom tempo a maior divulgação que um artista vai ter. É algo a que as pessoas têm acesso todos os dias, no carro, indo pra escola, pro trabalho, é muito simples. E todo mundo para para ouvir a música, presta atenção, e isso toca as pessoas. Além disso, se a música toca bem no rádio ela dá espaço para que a gente vá pra TV, faça mais shows, toque muito mais. Outra coisa bacana é que o rádio te mostra coisas – na internet, você é que tem de procurar a música que você gosta. Acho que o rádio ainda é e vai ser por um bom tempo o melhor meio de divulgação.
O que você tem escutado de bandas novas legais? Ouvi esses dias uma banda bacana chamada Reversonica , tem uma pegada mais pesada, parecida com o Incubus, é uma molecada que está correndo bastante. Tem o Rancore , uma banda que é bem legal de hardcore, eles começaram junto com a gente e agora estão começando a ser mais conhecidos. O Vanguart também é um disco que eu gostei bastante, uma galera da nossa idade que faz coisas bastante diferentes. Isso é muito legal para nós.
Fonte: LFNX
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