20 de janeiro de 2011

Portal R7


Mais do que registro em disco do encontro de rappers com os roqueiros do NX Zero, o Projeto Paralelo, novo trabalho dos meninos, vai ganhar os palcos.
Com direito a MCs cantando as partes de todos os rappers nas músicas, o vocalista Di Ferrero já fala em um formato.
- A gente vai levar dois caras para cantar rap, quem sabe também um DJ ou alguma coisa assim. Quem sabe a gente não faz um show de lançamento com todos os convidados.
Estão lá, além de veteranos como Marcelo D2 e Rappin Hood, nomes da nova geração do movimento, como Emicida, Flora e Kamau.
Projeto Paralelo não sinaliza nenhuma intenção do NX de migrar do rock para o rap, mas a admiração já vem de muito tempo, conta Di.
- A gente sempre gostou de rap, no Brasil e na gringa, só que a gente não é rapper nem é MC. Mas é o estilo depois do rock de que a gente mais gosta, com o qual mais flerta, de que a gente sempre está mais perto.
A ideia nasceu e, pelas mãos do produtor Rick Bonadio, que tem uma história antiga com o gênero – rimava no começo de sua carreira -, foi tomando forma. E, segundo Di, de um jeito diferente do que a banda costuma fazer.
- Geralmente a gente fica no estúdio fazendo as músicas, esse [disco] foi um pouco diferente. A gente chamou uns DJs pra fazer a parada e aprendeu muito com esse disco, tenho certeza de que até como músico influenciou pro futuro isso de poder trocar uma ideia com os caras que cantam rap.
Tudo rolou em clima despretensioso. Os músicos ainda nem tocaram todas as músicas juntos, fala Gee.
- Geralmente a gente faz uma pré-produção em que ensaia as músicas que compõe e depois de dois meses leva pro estúdio. Nesse disco foi o oposto. A gente estava um dia no Midas [estúdio] numa reunião e começou a tocar Só RezoCedo ou Tarde. Até simulamos um rap de brincadeira para ver como ia ficar. Ficou superbom. Aí o Rick já marcou a gravação do disco. A gente nem sabia, não imaginou.
O passo seguinte foi a definição dos convidados, escolhidos entre “nomes que a gente admirava”, conta Di. Tanto veteranos quanto da nova geração, “da nossa idade”, fala Di, referindo-se a MCs como Emicida, Kamau, Rincon Sapiência e Flora Matos.
- A relação era de fã, de conhecer as músicas, admirar o trabalho. Hoje a gente já é amigo, vai pro estúdio, troca ideia.
Se o público – principalmente o do rap – estranhou, Di acha natural, mas o importante é a música.
- Quando a gente era independente e começou a tocar no rádio, muitos fãs falaram ‘não acredito’. Mas acho que quanto mais gente ouvir melhor. E a galera [do rap] pensa assim. Senão não gravariam um disco. Todo mundo quer tocar, viver disso, o importante é a música ser boa, o resto não importa.
Para Gee, o grupo ajuda a fortalecer a cena do rap.
- Lá fora isso acontece com a maior naturalidade. O Brasil é um pouco atrasado nisso. A gente tem que meter as caras porque quem vai mudar somos nós. A gente tem estrutura legal, uma gravadora boa, pode fortalecer pro rap também, mas a gente é do rock.
Vídeo
Todo esse processo foi documentado. O guitarrista Gee Rocha dirige um vídeo sobre o projeto, a ser lançado no ano que vem, conta o baterista Daniel.
- O Gee filmou desde o começo. A gente está tentando finalizar pra lançar no começo do ano a cronologia geral, desde a produção, a roupagem nova das músicas, até quem a gente ia trazer, entrevistas com os caras, eles gravando, a história deles no rap e, no meio disso, dez clipes do projeto.
O vídeo vai mostrar um pouco mais sobre a história dos MCs, diz Gee.
- A gente está mostrando também o lado dos rappers, eles contando como foi participar, de onde vieram, é legal que muita gente não sabe das histórias deles.
Veja vídeo em que os músicos falam ao R7 sobre o projeto,clique AQUI.

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