Por : Thiago Roque - Agência BOM DIA.
Gee, Marise e Gabriel não se conhecem. Não almoçam no mesmo lugar, não devem fazer compras no mesmo supermercado e não devem frequentar as mesmas baladas. Contudo, dividem uma paixão em comum: a guitarra.
A primeira de Gee veio aos 7 anos – o irmão, Afonso, trancou o atual guitarrista da banda NXZero no quarto e disse que ele só sairia dali se conseguisse tocar na Tonante os acordes de “Knockin’ On Heaven’s Door”, sucesso de Bob Dylan e que, à época, era executada pelo Guns N‘ Roses. “Aprendi na marra, cara. Depois, fui para a varanda de casa tocar para os meus amigos ouvirem”, diverte-se.
Marise Marra, considerada a “guitar hero” brasileira e com segundo CD solo fresquinho nas lojas, toca piano desde os 6 anos, violão desde os 9, mas a primeira guitarra veio aos 13 – e veio pra ficar. “Fiquei alucinada com a guitarra. Já via na TV e via as pessoas tocando… Quando ganhei a minha, pirei”, diverte-se também – lembrando que “Ovelha Negra” foi a primeira melodia arrancada das seis cordas.
Gabriel Gianordoli é designer gráfico e responsável pelos “solos irados” da divertida banda punk-nerd-progressivo Milhouse. Sua primeira guitarra, presente de aniversário aos 13 anos dado pela mãe, foi, segundo ele, de marca “total pirata” – o que não o impediu de tirar “Alive”, do Pearl Jam, após diversas músicas daquelas revistinhas de cifras. Para cada um deles, a paixão tem um nome diferente. A de Marisa, por exemplo, se chama PRS – modelo verde que ela comprou em andanças na Inglaterra. “Quando eu vi essa guitarra na loja, não resisti: tive que tocá-la ali mesmo. Acabei comprando”, conta, com a voz derretida e apaixonada. Gabriel, por sua vez, leva aos palcos e estúdios sua SG branca. “Tive uma Les Paul, mas não me acostumei com ela, era muito diferente da minha pirata… Gosto do conforto da SG”, avisa. Já Gee é só elogios à Les Paul desprezada por Gabriel. “Sou fascinado por essa guitarra. Se pudesse, teria umas 30!”, avisa.
O poder transformador das seis cordas
A guitarra é algo tão forte na vida de Gee, Marise e Gabriel que todos eles citam o poder transformador que o instrumento tem sobre eles. Gabriel fala da luta que é encontrar uma “voz” com o instrumento, fazer ela ter uma identidade com o guitarrista. “Gosto do John Frusciante [ex-Red Hot Chili Peppers] por isso: ele toca qualquer estilo e você sabe que é ele”, explica.
Já Marise não economiza emoção ao falar da sua relação com as seis cordas. “Com a guitarra, eu berro. Eu só consigo me mostrar por inteira com a guitarra, em cima do palco. Quando toco guitarra, aquele momento é meu, nada mais existe”, conta – de uma maneira que não há como não sorrir do outro lado do telefone.
Gee extravasa ao falar do instrumento. “Cara, eu me transformo, parece que viro um diabo com a guitarra”, fala, aos risos – já que ele afirma que é uma pessoa pra lá de tranquila em seu dia a dia. Mas também mostra um outro lado das seis cordas quando ela está em suas mãos. “Se o clima tá ruim ou as coisas não andam dando certo, eu costumo dizer: ‘Alguém me dê uma guitarra, por favor’. É incrível como tudo melhora.”
Incrível mesmo.
Via @fco_geerocha
Post por : @jeehribeir_ - @Diegueticas
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